Na hora de comprar dólar para viajar costuma vir a dúvida de por que o dólar turismo é mais caro que o comercial. E por que nós turistas temos que usar somente esta natureza de operação. A resposta é simples: demanda e custo de uso da moeda em espécie.
Comercial
Os contratos de importação e exportação são baseados no dólar comercial, assim como as reservas internacionais do governo, hoje em mais de US$ 365 milhões. Assim, todas as transações internacionais são feitas no dólar comercial. O alto volume de dinheiro movimentado exige acompanhamento do governo para intervir no reequilíbrio da balança comercial. É por isso que a entrada de dólar por investidores estrangeiros deve ser declarada e autorizada pelo Banco Central. “A grande movimentação faz com que o preço do dólar comercial seja menor do que o turismo”, explica o economista Alessandro Azzoni.
Turismo
Para quem viaja e paga despesas no exterior deve usar o dólar turismo. A quantidade utilizada é muito menor do que o dólar comercial, mas o custo de uso é maior, já que é preciso tê-lo em espécie.
A operacionalização da moeda é mais cara, já a do dólar comercial é escritural porque não precisa do dinheiro físico
, acrescenta o economista. O raciocínio do controle destas operações é semelhante ao de um dono de restaurante. Ele tem as máquinas para passar cartões de débito e de crédito dos clientes e recebe a quantia no banco. Ao mesmo tempo, precisa do dinheiro em espécie como troco do caixa para quem pagar à vista. A necessidade de notas e moedas torna mais trabalhoso para o proprietário do que se recebesse tudo diretamente no banco.
Os turistas que usam cartão pré-pago precisam da moeda em espécie para carregá-lo. Já quem faz as compras no cartão de crédito, paga em dólar comercial na taxa de conversão do dia da fatura, já que não houve manuseio de “dinheiro vivo”.
Controle
As taxas de câmbio são comercializadas livremente entre corretoras e consumidores. Entretanto, o que o Banco Central faz é divulgar a média das taxas praticadas no mercado, conhecida como Taxa PTAX, como simples referência. Existe ainda o dólar paralelo, que tem sua definição no próprio nome, por ser comercializado fora da vigência do Banco Central, entre pessoas físicas. Ou seja, é uma transação considerada ilícita.
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