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A nova moda é ir para Cuba

Foto: Alexandre Henry Alves/ MorgueFile

A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Cuba, em março, sacudiu a poeira de anos de embargo e trouxe novas esperanças às relações entre os dois países. Há muito ainda a se fazer nas regras que restringem o comércio com a terra de Fidel Castro. O país tem virado assunto de muitos veículos dos EUA sobre viagens porque há uma lista de exigências enorme para aceitara visita de seus habitantes no país. Tudo por conta do embargo comercial desde a década de 1960. A expectativa é de que além de facilitar o ingresso, o turismo receba mais infraestrutura para receber viajantes de todas as partes do mundo. E a movimentação para isso tem sido grande nos Estados Unidos.

As gigantes do cruzeiro marítimo Royal Caribbean e Carnival – dona da Costa, Princess e outras oito companhias – anunciaram no início deste mês que entrarão no mercado cubano oferecendo itinerários ao país. A Carnival teve pedido aprovado para cruzeiros partindo de Miami, nos Estados Unidos, rumo a Cuba.

Já a Royal vai mudar o nome de um de seus navios, o antigo Empress of the Seas para Cuban Empress com culinária e rum cubanos, mambo para quem adora dançar e até charutaria “Che Gevara”. Uma das excursões levará os passageiros à prisão Combinado do Leste, onde estão dissidentes e presos políticos. Lá também estão centenas de famílias cubanas que tentaram chegar aos Estados Unidos através de embarcações improvisadas, mas que foram pegas por navios americanos e enviadas de volta.

Outro navio da Royal, o Adonia, já tem data para partir de Miami: 1º de maio. De acordo com a companhia, será a primeira vez em 50 anos que um navio sairá dos Estados Unidos em direção a Cuba. Grandes companhias, como Costa e Pullmantur tinham a facilidade de viajar ao destino anos atrás, quando ainda eram empresas europeias. Mas recentemente passaram a fazer parte dos grupos americanos Carnival e Royal, respectivamente, quando perderam o direito de navegar em águas cubanas.

O embargo comercial a Cuba dificulta que empresas estrangeiras invistam no país. O fim dele depende de votação pelo Congresso americano. Uma das grandes apostas do presidente Raúl Castro foi a modernização do porto de Mariel, a 40 quilômetros de Havana.

Imagem: Alexandre Henry Alves/ MorgueFile

O local pode receber embarcações com até 18 metros de profundidade e movimentar um milhão de contêineres por ano. O parque industrial e o centro logístico terão um terço de capacidade do porto de Santos, o maior do Brasil. As empresas aprovadas tiveram licença para operar desde o início deste ano.

Além das companhias de cruzeiro, o grupo hoteleiro Starwood assinou acordo para operar dois hotéis em Havana: o Inglaterra de Habana Vieja e o Quinta Avenida. Este último sob a bandeira da rede Sheraton, que faz parte do grupo americano. Eles devem reabrir no final deste ano.

Empresas aéreas também poderão operar direto dos EUA com destino a Cuba a partir de outubro deste ano. A novidade inclui 20 voos diários para Havana e outros 10 para demais aeroportos no país, o que ainda é considerado baixo para especialistas do setor. Mas já é um grande começo. A redução das restrições permitiria que as passagens fiquem até 50% mais baratas, na faixa de US$ 250. Até então havia apenas voos fretados para lá, por cerca de US$ 715.

E para os brasileiros?

Os brasileiros não enfrentam a lista de exigências que os norte-americanos que desejam visitar o território caribenho. Basta solicitar o visto para poder viajar. O que todo esse alvoroço depois da visita de Obama indica é que as formas de se chegar à ilha serão melhores. Os serviços serão incrementados à medida que novos investidores apostarem no potencial turístico de Cuba e, principalmente, em saciar a sede de viajantes que querem desbravá-la.

Visto turista: é de 30 dias, que podem ser estendidos por mais 30. Crianças devem ter o próprio visto, mesmo que viajando pelo passaporte dos pais. É preciso apresentar ao consulado o passaporte, bilhetes das passagens de ida e volta e o pagamento da taxa. O visto também pode ser obtido por correspondência, com cobrança de taxa extra.

Visto de trabalho: é preciso apresentar passaporte, foto, formulário preenchido e o pagamento de taxa. Também pode ser feito por correspondência.

Seguro-saúde: é obrigatório.

Moeda: peso cubano e peso cubano conversível (CUC). Esta última é a usada pelos turistas e tinha valor equiparado ao dólar desde 1994. Em 2013 foi anunciada a unificação dos pesos. 1CUC equivale a cerca de R$ 3,60. O euro é aceito em alguns resorts (Varadero, Jardines del Rey, Norhern Holguín, Santa Lúcia Beach in Carmagüey, Covrarrubias Beach em Las Tunas e Cayo Larg del Sur).

Cartão de crédito: Visa , Mastercard e Dinners Club entre outros. A exceção é daqueles de bancos e companhias dos Estados Unidos, como o American Express, por exemplo.

Traveller check: é diferente do cartão pré-pago e está em desuso, mas para quem ainda prefere, não são aceitos em Cuba

Passagem aérea: não há voos diretos para Havana. A maioria faz escala no México ou em países da América do Sul, como Peru e Bolívia. Pesquisamos no Kayak e Viajanet e a média do valor da passagem aérea ida e volta é de R$ 2.500 por pessoa.


Imagem: Alexandre Henry Alves/ MorgueFile
Fonte: Embaixada de Cuba, Cruise Law News

 

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