Saiba como a deflação do euro afeta a economia

Svklimkin/ MorgueFile

Quem viaja sabe que o euro é caro em relação ao real. Hoje em dia a cotação da moeda para o turismo está na casa dos R$ 4,30. O fato é que o bloco europeu enfrenta uma fase de deflação do seu dinheiro sem perspectivas de um aquecimento na economia tão cedo. Quem viaja à comunidade pode sentir o reflexo dessa estagnação futuramente.

Para início de conversa, você precisa entender o que é a deflação. Trata-se da contínua redução de valores de produtos e serviços. Para o professor e coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, a deflação é melhor do que enfrentar a inflação.

Nós brasileiros conhecemos bem o que é a inflação, quando tudo vai encarecendo a um ponto em que se deixa de comprar porque o salário já não acompanha a alta dos preços. Isso vai afetando o setor produtivo.

Com a deflação contínua, o crescimento econômico diminui e desestimula os investimentos,

comenta o professor sobre o fato de a moeda na comunidade europeia estar valorizada e incentivar a importação enquanto a exportação enfraquece. A deflação tem consequências mais sérias no longo prazo:

 

– quem compra um imóvel ou carro e assume prestações por muito tempo acabará pagando por um valor que já não corresponde ao atual e que no final acabará sendo mais caro do que é na realidade. É preciso arcar com o compromisso, mesmo que os preços diminuam;

– assim, empréstimos deixam de ser interessantes com o receio de que terá que pagar por um valor que não corresponde mais;

– a mesma preocupação gira em torno de consumidores e empresários, que preferem segurar a compra para ver se o preço segue baixando;

– a moeda valorizada faz com que a importação seja mais interessante e a indústria interna perca competitividade;

– aí começa a bola de neve: se sobra mercadoria, a indústria deixa de produzir, corta salário e pode gerar demissões. Quem vai para a rua não compra e, assim, segue o ciclo enquanto não há interferências do governo ou do setor privado.

 

Foto: Dwf1/ MorgueFile

O Banco Central Europeu (BCE) tem registrado índices pífios de inflação, entre 0,2% e 0,1% em fevereio e março, respectivamente. Os números estão bem distantes dos 2% de meta do órgão. A somar o estado geral, as economias já enfraquecidas demonstraram sinais de agravo, como a Grécia tendendo para a recessão e a Itália com índices de estagnação.

Para tentar conter este movimento, o BCE adotou medidas para que o dinheiro circule mais. Basicamente elas querem forçar os bancos e financeiras a emprestarem dinheiro com taxas mais atrativas para empresas e famílias consumam mais.

O fato de os preços de produtos e serviços internos diminuírem na zona do euro, não faz com que a moeda fique mais barata para os turistas.

Para quem viaja, os preços podem estar menores lá, mas o custo de vida ainda é caro,

analisa o professor. Quem tem viagem marcada para ir à Europa e precisa comprar euro, deve acompanhar a cotação e planejar a compra dentro do tempo que se tem antes de partir.


Imagem: Svklimkin/ MorgueFile e Dwf1/ MorgueFile

 

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