Difícil igualar melhor cenário para passar a temporada mais quente do ano do que as praias brasileiras. Para quem anda cansado do visual praia e mar pode optar por destinos nos países vizinhos, onde sombra e água fresca não são as principais atrações das férias de verão. Há muito mais para ver e desfrutar com a vantagem de serem países com moedas mais em conta do que os tão cotados dólar e euro. Confira:
1. Teleféricos
O “Mi Teleferico” não teria melhor utilidade do que em La Paz, capital da Bolívia. Isso porque o veículo liga a cidade de El Alto a La Paz, a cidade vertical, atravessando cerca de 3.600 metros de altitude. Considerado um dos principais atrativos para os turistas na capital, o bondinho possui três linhas em operação, que liga 90 regiões entre as duas cidades e movimenta cerca de 18 mil passageiros por hora. Cada gôndola tem capacidade para dez pessoas e cada bilhete custa 3 bolivianos, cerca de R$ 1,75.
Em Medellín, na Colômbia, o teleférico une o metrô às regiões mais altas e periféricas da cidade. Com nove estações em ativiadde, o sistema produzido por uma empresa francesa é o mesmo implantado em Caracas, na Venezuela e no Rio de Janeiro. O Metrocable atravessa a favela no morro de Santo Domingo. O ponto final fica no Parque Arvi, que possui trilhas e opções de artesanato e comida. Cada bilhete custa 1,8 mil pesos colombianos, o equivalente a R$ 2,22.
2. Extremos
Bem ao sul do continente americano está a Patagônia, região que ocupa o sul da Argentina e do Chile, com paisagens marcadas pelas montanhas e lagos de águas cristalinas. O ideal é viajar entre março e junho, evitando o verão seco e o maior fluxo de turistas. Esta época traz um clima mais favorável às caminhadas, assim como a tirolesa pelos Andes, andar de jetski pelos lagos azulados e até ver pinguins pela região. As áreas mais visitadas na Patagônia são a Terra do Fogo, no Chile e Ushuaia, na Argentina, a cidade mais ao sul do mundo, de onde saem cruzeiros para a Antártida.
Da neve para o deserto, San Pedro de Atacama, no Chile, pode ser visitado nas estações de temperatura mais amena: entre março e maio (outono) e entre setembro e novembro (primavera). Para quem vai ao deserto mais seco do mundo, também conhece suas salinas, termas e gêiseres. San Pedro de Atacama é uma das paradas dos turistas, que desfrutam da culinária local e ainda visitam museus e sítios arqueológicos com registros dos povos indígenas.
3. Natureza
A chamada cidade perdida dos Incas, no Peru, entrou para o mapa contemporâneo quando foi redescoberta pelo pesquisador Hiram Bingham em 1911. A arquitetura e o relevo onde a cidade foi construída surpreendem os visitantes. São cerca de 200 casas, muros, terraços para o cultivo do próprio alimento feitos de pedra e erguidos a uma altitude de 2400 metros. Dizem que a cidade possui localização estratégica, pois os moradores tinham uma visão privilegiada dos arredores, mas quem estava ao pé do vale não avistava Machu Picchu. Não foi à toa que o local permaneceu intocado por tantos anos – construída por volta de 1450 –, sem ter sido encontrado pelos próprios conquistadores espanhóis, que chegaram à região no século 16.
Em uma mistura de natureza com resquícios do período áureo de produção da borracha, Iquitos é conhecida como a capital da Amazônia peruana. O acesso é feito apenas por avião ou barco. Há excursões pela Amazônia e para a Reserva Nacional Pacaya-Sumiria, onde se pode avistar animais em seu habitat natural. Também há o Centro de Resgate Amazônico, onde espécies, como o peixe-boi, são protegidas de caçadores ou recuperadas para voltarem à vida selvagem. O distrito de Belém tem uma comparação distante como “Veneza da Amazônia” por ter as casas flutuantes sobre o rio Amazonas no período de cheia, entre dezembro e maio, onde rendem boas fotos.
4. Vinho
Quando se pensa em vinho e Argentina, Mendoza é referência no setor. As uvas Malbec colocaram a cidade no mercado internacional, sendo um dos melhores vinho produzidos na Argentina. Foi lá que esta casta teve melhor adaptação ao clima e geografia para proporcionar seu melhor sabor. Por isso, os melhores passeios são as visitas às vinícolas, onde dá para conhecer os parreirais, ver tonéis de carvalho, degustar e até comer nos restaurantes que algumas delas oferecem. Entre as vinícolas mais recomendadas estão as bodegas Tápiz, López, Família Zuccardi, Norton, Catena Zapata e La Azul. Atualmente há voos diretos do Brasil para Mendoza. Aos pés da cordilheira dos Andes, aproveite o cenário para praticar esportes, como cavalgada, trekking, rafting, bike tour, escalada, parapente e alpinismo entre outros. Visite também o Parque Provincial Aconcágua, do qual o “Teto das Américas” faz parte. Trata-se do Monte Aconcágua, com pico a 6.962 metros de altitude.
A melhor época para visitar as vinícolas da região de Santiago, no Chile, é entre outubro e fevereiro, quando as parreiras estão já bem carregadas, ou entre março e maio, durante a colheita. Uma das mais conhecidas e acessíveis é a Concha Y Toro, criada em 1873, que fica a 20 minutos do metrô, no Vale do Maipo. Na mesma área fica a Santa Carolina, declarada Monumento Histórico do Chile. Lá é possível ver as caves subterrâneas e três mil barricas usadas para armazenar o vinho. Quem quiser se hospedar pode ficar na Santa Rita que, além do hotel, tem restaurante, loja e museu.
5. Aventura
Local de descanso para turistas locais e ainda pouco procurado por estrangeiros, a cidade de Mérida, na Venezuela, concentra opções de interação com a natureza, como florestas tropicais e cachoeiras. Com quatro parques nacionais e outros estaduais, Mérida tem um clima ameno, que pode esfriar um pouco mais em direção às montanhas andinas. É possível fazer excursões a comunidades andinas e podem ser acessadas utilizando burros ou teleféricos. Em Los Nevados, próximo de Mérica, fica Pico Toro, a montanha mais alta da Venezuela.
Jardins, montanhas e vulcões fazem parte do cenário de Baños, no Equador. A principal atração são as fontes termais, que dá nome à cidade. Além dos banhos, os locais também oferecem saunas, academias, spas e até toboáguas. E para os aventureiros, há caminhadas nos arredores dos vulcões, cavalgadas, passeio pela Amazônia equatoriana e o inusitado “balanço para o fim do mundo”, na Casa da Árvore, à beira de um precipício a 2.600 metros de altura.
Imagem: Creative Commons/Danielle-Pereira