De um ano para cá, o consultório do veterinário Roberto Monteleone, em São Paulo, recebeu um aumento na visita de cães e gatos em preparo para viajar ao exterior. Ele é um dos poucos pela cidade que sabe na prática como é criterioso o processo para levar o animal para outro país. São vacinas, passaporte, atestado de saúde, remédios, determinação e paciência para atender às regras de cada destino, sabendo que cada detalhe errado pode prolongar o preparo e requerer mais dinheiro.
Muita gente está deixando o país e não se importa em levar um gato de estimação ou um, dois ou até quatro cães. Eles são tidos como filhos e por isso não importa que seja um processo custoso
, comenta Monteleone. Ele já preparou bichos para os mais variados lugares, como Noruega, África do Sul e Japão. E explica que esse controle ocorre porque muitos países não tem a raiva ou outras doenças transmissíveis pelos animais, como é o caso do Brasil. Por isso a necessidade de comprovar o quadro de saúde dos mesmos. Para a raiva, por exemplo, é preciso provar que o bicho desenvolveu anticorpos contra a doença antes de viajar.
Além da raiva, o pet recebe microchip para identificação, recebe o próprio passaporte e ainda tem que fazer um último exame com o veterinário que comprove a condição de saúde dele. Os procedimentos são verificados pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), do Ministério da Agricultura, que recebe toda a papelada e faz entrevista com o dono do animal alguns dias antes da viagem. Se for liberado, é emitido o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), que diz que o bichinho está pronto para partir.
Cada país tem a sua exigência de documentos que serão solicitados na alfândega ao desembarcar no aeroporto. E cada companhia aérea também tem suas especificações para transportar o pet, seja na cabine ou no porão, quando despachado. O de pequeno porte até pode ir na cabine, junto com o proprietário. Já para o maior é preciso pagar até classe executiva, caso a companhia aceite. Antes da viagem, o animal recebe alimentação específica, como um soro energético para suprir os nutrientes durante o período em jejum. Para o caso de bichanos mais agitados, também pode ser preparado um remédio tranquilizante. Estes procedimentos são feitos de acordo com o animal, porte e tempo de viagem, sempre sob orientação do veterinário.
Check-list
-o primeiro passo é verificar como está a saúde do seu animal e tratá-lo para que possa se adequar às normas de embarque;
-verifique junto ao consulado do país de destino quais são os documentos necessários para aceitar a entrada;
-inicie os procedimentos de preparo do seu bicho, como implantação de microchip, carteira de vacinação contra a raiva e exames;
-pesquise de que forma as companhias aéreas transportam animais e atente para o procedimento em caso de conexão;
-separe os documentos para levar com você, se precisa estar em inglês ou na língua do país de destino;
-informe-se sobre as caixas de transporte de acordo com o que a companhia aérea escolhida aceita;
-assim como você tem o seu kit de remédios emergenciais, leve os do pet também para usar em terra em caso de necessidade;
-para mais informações, visite a seção de perguntas e respostas do Ministério da Agricultura: http://bit.ly/1LVgOib
Imagens: morgueFile/hrikken e Pexels