Uma queda de 1,12% fez o dólar comercial atingir seu menor índice em quase um ano, chegando a ser negociado por R$ 3,38. Para especialistas, o fato de não existir expectativa de nova baixa configura um bom momento para comprar a moeda americana.
Segundo o diretor da assessoria de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, embora a queda seja embasada por fundamentos circunstanciais (e não só por especulações), não há garantia de que o dólar continue caindo. “O momento é oportuno e não tem motivo para esperar mais”, recomendou.
Os fatores que contribuíram para a queda foram os números positivos das importações da China, a alta dos preços do petróleo e o enfraquecimento das expectativas de uma alta de juros nos EUA em curto prazo. Mas uma fala do novo presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, também influenciou na baixa do dólar.
Ele defendeu um regime de câmbio flutuante. Depois dessa declaração, acredita-se que o BC deve intervir menos no mercado de câmbio. Recentemente, apesar da constante baixa do dólar em função do desenrolar do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o BC fazia intervenções constantes para proteger as exportações brasileiras, defendendo o piso do dólar em R$ 3,50. Há seis dias, porém, não há novas intervenções.
De acordo com Bergallo, o depoimento de Goldfajn se combinou com situação da economia americana, que vivencia um cenário de muitas empresas fechando e lojas adiando a alta dos juros, para que ocorresse a queda do dólar para R$ 3,38, “um número que não víamos desde junho do ano passado”.
O analista sênior de câmbio da FN Capital, Caio Esteves, afirmou que a defesa de um câmbio flutuante pelo novo presidente do BC pode animar o mercado, conferindo-lhe mais independência. Ele estima que a moeda americana siga em queda, com chances de chegar à casa dos R$ 3,20.
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Foto: VisualHunt
Fonte: Gueratto Press