A expectativa para a forma como o governo pretende lidar com a economia é grande. Tanto que o dólar (veja a cotação de hoje), depois de uma alta de quase 2% ontem, abriu o mercado hoje em queda, abaixo dos R$ 3,54, por volta das 10h40, ao mesmo tempo em que o presidente em exercício, Michel Temer, defendia a aprovação das medidas econômicas no Congresso, para tentar controlar a dívida pública.

Assim como tantos outros dias na fase de transição do governo, Brasília foi o principal termômetro da variação da moeda americana por aqui. Mesmo com as recorrentes notícias sobre a necessidade de um aumento gradativo dos juros nos Estados Unidos, a cotação da moeda ainda tem refletido as notícias que indicam o rumo do Brasil.

Nesta manhã, o presidente em exercício, Michel Temer, adiantou as estratégias para a economia. Ele afirmou que o objetivo principal é a retomada do crescimento, a redução do desemprego e ainda tirar a faixa da população que se encontra na extrema pobreza.

Principais anúncios

– descentralização da economia através da iniciativa privada;

– não elevar custo nominal de subsídios implícitos em programas de governo, desde que haja uma proposta de compensação;

– não aumentar as despesas públicas, mesmo com o aumento da receita. O objetivo é chegar a uma sobra para poder conter as dívidas;

– somente indicações técnicas para administrar fundos de pensão e estatais;

– reduzir o risco país e assim reduzir a taxa de juros;

– extinção do fundo soberano no período do pré-sal para cobrir as dívidas públicas;

– antecipação do pagamento de dívidas do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o Tesouro. Seriam usados ao todo R$ 100 milhões pagos ao longo de três anos;

– alterações na Previdência Social em ressonância com o que a necessidade da população, ouvindo as centrais sindicais;

– criação de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para limitar os gastos públicos com base na inflação no ano anterior. Ela deve ser apresentada na semana que vem. Especialistas acreditam que o ideal seria basear na meta da inflação.

A reunião de Temer com os ministros ocorreu nesta manhã, em que cada um detalha sua atuação. Logo depois de se pronunciar no encontro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles iniciou uma coletiva de imprensa.

Temos a necessidade de fazer cortes importantes para respeitarmos esse teto,

afirmou Meirelles durante a coletiva sobre a emenda constitucional de limitar os gastos públicos com base na inflação. Segundo ele, a medida sinaliza um controle de despesas para os próximos anos.

Ontem foi entregue o pacote de nova meta fiscal ao presidente do Senado, Renan Calheiros. O novo governo foi abalado com a divulgação de uma gravação com o então ministro do Planejamento, Romero Jucá.

Em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, ele teria sugerido barrar a Operação Lava-Jato. O preço do petróleo e a expectativa sobre a economia americana, levaram o dólar a fechar o dia em R$ 3,58, com alta de 1,82%.

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Imagem: Images_of_Money via Visual Hunt / CC BY