A cotação da moeda americana está em queda por conta da divulgação dos dados sobre empregos nos Estados Unidos. Os números da economia americana indicam a menor criação de postos de trabalho, no mês de maio, em mais de cinco anos. Depois de fechar praticamente estável no pregão de ontem, a R$ 3,58, hoje o dólar já chegou à mínima R$ 3,53, por volta das 10h20.
A informação vinda dos Estados Unidos fica bem mais abaixo do esperado, o que influenciou o dólar recuar 1,5%. Em maio, foram criadas 38 mil vagas fora do setor agrícola, ante 260 mil em maio de 2015. É o menor desde setembro de 2010, segundo dados do Departamento de Trabalho.
A expectativa, feita pela Reuters em consulta com especialistas, era de que a criação fosse de 164 mil vagas. Segundo o governo, a redução nas contratações teve influência da greve de um mês de funcionários da Verizon (operadora de telemóveis), além da queda de produção no setor de bens.
De acordo com a Reuters, essa indicação de fraqueza no mercado de trabalho americano dificulta o aumento dos juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, tão cedo. A última vez que a taxa subiu foi em dezembro do ano passado, a primeira vez em uma década.
Dólar x libra esterlina
O cenário faz com que o governo de Barack Obama repense quando as taxas de juros voltarão a subir por lá. A chefe do Fed, Janet Yellen, afirma que é necessária a criação de 100 mil postos de trabalho por mês no país para acompanhar o crescimento da população em idade para trabalhar.
Para o Brasil, o dado acaba favorecendo, porque mantém os investidores no nosso mercado. Os juros mais altos nos EUA faria com que eles migrassem seus investimentos para uma economia mais estável.
O aumento deve ser considerado apenas para os próximos meses agora. Outra preocupação que deve forçar esse adiamento é a votação sobre o Reino Unido continuar ou não na União Europeia e as consequências econômicas do resultado.
A expectativa é de que a decisão influencie a elevação dos juros. A próxima reunião do banco central americano será nos dias 13 e 14 de junho, uma semana antes da votação no Reino Unido. Segundo especialistas, a saída do bloco europeu pode provocar uma corrida para ativos seguros, o que poderá fortalecer o dólar.
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Fonte: Reuters