Se você está com a viagem marcada e depende de dias de dólar mais baixo para controlar as economias, é bom ficar de olho na cotação entre hoje e nos próximos dias. Ontem o dólar comercial fechou em baixa, a R$ 3,46, ótimo para quem esperava por preços melhores. Hoje o mercado deve seguir nessa linha, acompanhando de perto o desenrolar do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Um capítulo importante pode começar a ser escrito nesta quarta-feira, sem hora para acabar.
Depois das altas e baixas no mercado na segunda-feira, quando o dólar turismo chegou a R$ 3,88, ontem o clima foi mais ameno. Isso se deve a não ter tido nenhuma surpresa no noticiário econômico internacional e a possibilidade cada vez maior do afastamento da presidente. Nesta perspectiva, especialistas do setor financeiro acreditam que o dólar deverá se manter na média dos R$ 3,50 hoje.
Você é do tipo que se pergunta por que precisa acompanhar tanto a variação do dólar e o noticiário econômico? Pois bem, é para aproveitar variações como essa. Parece pouco, mas fazendo as contas, todo centavo pesa, e muito, no orçamento.
Veja a diferença de valores com 7 centavos, a menos apenas na cotação:
– Dólar turismo de 2ª feira: R$ 3,67
US$ 3 mil custariam R$ 11.131,11 (com IOF de 1,1%)
– Dólar turismo de ontem: R$ 3,60
US$ 3 mil custariam R$ 10.918,80 (com IOF de 1,1%)
– Diferença de R$ 212,31!
Fator surpresa
Hoje está previsto o início da votação no Senado sobre admitir ou não o processo de impeachment de Dilma. Se aceito pela maioria, ela já será afastada por 180 dias. E, durante este período, se acatarem a proposta, ela será impedida de reassumir o cargo. Neste cenário, a tendência é de que o dólar possa até cair mais alguns centavos, abaixo de R$ 3,50, como já vimos ontem.
A grande esperança de empresas e investidores sobre o novo governo são as mudanças na prática, um pronunciamento ao mercado e o comprometimento com o corte de despesas, que já foi ao menos sinalizado.
Mas, tudo em Brasília é imprevisível. No mesmo dia em que se espera pela votação no Senado, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardoso, entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação do processo de impeachment. Tudo pode acontecer e o mercado irá refletir essas decisões.
É esperar para ver.
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Foto: Senado Federal via Visual Hunt / CC BY