Fofos? Saiba o que há por trás das atrações com animais

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Já pensou quantas curtidas você receberia no Instagram ou Facebook se postasse uma foto abraçado em um lindo tigre? Ou que experiência você teria para contar se nas suas férias tivesse montado um elefante?

Possivelmente, muitas. Mas pense se sua popularidade vale o que sofrem os animais selvagens para serem tão domesticados a ponto de docilmente interagirem com seres humanos.

Os animais são, em muitos lugares, o combustível do turismo, atraindo milhares de viajantes todos os anos. Porém, nadar com golfinhos, assistir a um encantador de serpentes ou a um espetáculo protagonizado por orcas é o mais perto que você pode chegar de conhecer a crueldade animal.

Em um artigo escrito recentemente, a blogueira Shannon McMahon conta que visitou, no Sri Lanka, uma ilha que abriga cerca de de 5800 elefantes asiáticos selvagens – 340 deles domesticados. E viu os efeitos que os turistas podem ter sobre a vida selvagem.

Os elefantes do Sri Lanka foram classificados como ameaçados de extinção na década de 1980, após o desmatamento e caça ilegal dizimarem metade de sua população. “Eu sempre amei aprender sobre estas criaturas matriarcais, inteligentes e emocionais, e minha maior esperança era ver um elefante em seu ambiente selvagem”, diz ela.

De fato, ela viu vários pastando em um parque nacional que é área de preservação ambiental, e portanto os protege, mas a maioria de suas memórias da viagem são de experiências vendidas como atrações turísticas e que lhe causaram desconforto, segundo o relato. “Elefantes pareciam estar em toda parte, mas eles foram acorrentados – sozinhos – e balançavam as trombas para frente e para trás, nervosos, à espera de serem levados para desfilar em trajes cerimoniosos ou para levar grupos grandes de turistas”, relembra Shannon. “De repente, eu não podia suportar olhar para os animais que eu estava tão animada para ver.”

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Foto: VisualHunt

ONGs e associações internacionais relacionadas aos direitos dos animais já concluíram que essas caminhadas e, claro, o próprio cativeiro podem ter um impacto perigoso sobre esses animais. E não são só os elefantes.

Tigres dopados para que posem e sejam acariciados pelos turistas, cobras com a boca costurada para que não mofdam, macacos treinados para várias performances circenses e orcas selvagens em cativeiro são outros exemplos que têm atraído milhões de pessoas. Em San Diego, nos Estados Unidos, o famoso parque aquático Sea World anunciou que vai eliminar gradualmente espetáculos envolvendo orcas.

O maior problema com atrações da vida selvagem parece ser o fato de que as pessoas simplesmente não têm consciência dos abusos que eles estão permitindo ao dar audiência a esses “passeios”. Em meio à emoção de estar em contato com animais bonitos, os viajantes não pensam criticamente sobre a indústria por trás do espetáculo.

Cerca de 80% deles não acham que submeter os animais ao agrado dos viajantes seja prejudicial para eles, segundo pesquisa da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Esse estudo foi o primeiro a analisar o turismo da vida selvagem – e os resultados sinalizam que há trabalho a ser feito para educar os turistas e funcionários do governo sobre as consequências das atrações com animais.

E já houve alguns avanços. Além da decisão do Sea World, na Tailândia estão investigando acabar com os famosos “templos dos tigres” e na Indonésia estuda-se reprimir as performances com macacos. Dezenas de empresas de viagens prometeram não mais estimular passeios de elefantes ou espetáculos envolvendo esses grandes mamíferos.

Ainda assim, estes esforços representam apenas uma pequena parte do turismo global. “Vendo o sucesso persistente de atrações animais no Sri Lanka, percebi o quão longe nós temos que ir quando se trata destas atrações cruéis, mas a consciência está em ascensão”, afirma ela.

Imagem: VisualHunt

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