O que as mudanças na Argentina afetam no turismo

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Poucos dias depois de ter tomado posse, o presidente da Argentina, Mauricio Macri anunciou o fim do controle cambial no país. Em vias práticas, a decisão permite que os argentinos e empresas comprem dólares livremente. As restrições à compra da moeda norte-americana haviam sido implantadas em 2011, no mandato de Cristina Kirchner. A dúvida que fica é: qual o reflexo dessas medidas ao turista que visita o país?

A partir de agora, o dólar terá uma cotação única, já que antes tinha três. A moeda será flutuante e sob intervenções do governo, como é no Brasil. O primeiro e principal impacto de tal mudança é a expectativa de aumento da inflação, este ano na média de 24% . O medo entre os argentinos é que o peso deprecie ainda mais e afete o salário, o que reduz o poder de compra e afeta a economia.

Para quem visita o país vizinho já se depara há um certo tempo com os preços inflacionados dos produtos, que poderão ficar mais caros, assim como os serviços. Por isso, pechinche antes de comprar. Quem pretende comprar roupas, os outlets costumam ser mais em conta, mas não mais com promoções imperdíveis. E eletrônicos têm preços pouco atrativos.

Diante da adequação do peso ante à mudança na oferta de dólar, as moedas podem continuar oscilando por lá, mesmo no mercado paralelo. Quem vai viajar ao país deve sair daqui já com o dinheiro comprado, seja dólar ou peso e acompanhar as cotações para escolher qual moeda usar.

Durante anos a melhor cotação do dólar não era a oficial, dos bancos e casas de câmbio, mas os ilegais, que funcionavam em comércios “disfarçados” de outras atividades. Com as mudanças do presidente, o dólar oficial está sendo cotado na casa dos 9 pesos, enquanto que no mercado paralelo está cerca de 14 pesos. A previsão do governo é de que o dólar oficial também chegue aos 14 pesos.

Como era

A fim de controlar as divisas do país e garantir um certo protecionismo à produção interna, o governo argentino impôs, em 2011, limites para a compra do dólar. Os argentinos tinham que declarar ao fisco a quantidade que queriam e justificar a necessidade de adquirir a moeda. E o governo determinava quem poderia concretizar a conversão. Uma vez aceita, a liberação era de até 20% da renda declarada. Também havia um limite de compra de até US$ 2 mil por mês.

Para driblar as restrições do governo, quem queria mais dólares acima do permitido tinha de recorrer ao ilegal no mercado paralelo.

A compra de dólares tornou-se um tipo de investimento para muitos argentinos desde a década de 70. Diante das incertezas da moeda nacional, a demanda pelo dólar fez com que o mercado paralelo se fixasse em um valor bem mais abaixo do que a cotação oficial.

De 2011 para cá, o peso desvalorizou em 230%. As restrições também atingiam as empresas. As multinacionais sofriam restrições para enviar os lucros às matrizes enquanto importadores precisavam de autorização para comprar a moeda e pagar pelos produtos.

A iniciativa pretende retomar a confiança do mercado, aumentar a competitividade e atrair investimentos estrangeiros ao país. O governo também implantou a redução de alguns impostos às empresas. Apesar do pessimismo de alguns especialistas no mercado sobre a baixa reserva de dólares, hoje acima dos U$S 20 bilhões, o governo afima que a entrada de divisas deve aumentar a partir de bancos estrangeiros e agropecuários que liquidarão em grãos estocados.


Imagem: morgueFile/ 5demayo

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