O que fazer quando o terrorismo ameaça a viagem

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Por mais que um país esteja em estado de constante alerta para eventuais atentados, nem sempre se pode prever onde ou quando haverá novas faces do terrorismo. Por isso é essencial estar atento aos fatos e tomar algumas providências para o seu próprio bem e o de sua família ou grupo. Conversamos com a consultora de viagens e autora do blog Coisas que Amamos, Nathalia Tosto, para dar algumas dicas.

1. Ocorreu um atentado no país que você irá visitar. Ir ou não?

Foto: jppi/ MorgueFile
Foto: jppi/ MorgueFile

Antes de tomar a decisão você precisa entender qual é a realidade do país, se ele está em situação de guerra ou se sofreu um ataque “aleatório”. Isso pode indicar a gravidade do risco de estar em um lugar desses. Nathalia destaca que o melhor termômetro é acompanhar os sites oficiais do governo da cidade que você pretende visitar e o site do consulado brasileiro no local.

A tomar o caso recente do ataque em Bruxelas, na Bélgica, os meios de comunicação oficiais do governo informavam sobre funcionamento do transporte público, do aeroporto e demais serviços que aos poucos foram normalizados. O próprio consulado brasileiro postou algumas orientações que valem para qualquer lugar que tenha sua rotina modificada por conta de algum ataque:

-siga as orientações das autoridades locais;

-evite lugares com grande concentração de pessoas, como em áreas de acesso a transporte público (como trem e metrô), mercados populares e centros comerciais;

-evite usar o transporte público em horário de grandes movimentações;

-tenha sempre o contato do consulado brasileiro, tanto telefônico como o das redes sociais;

-informe-se por meio de jornais, TV, rádio ou pela internet para acompanhar a situação local e decidir sobre sua ida ou estadia.

2.Estando no país, o que fazer em caso de ataque?

Foto: André-Pierre Plessis/ Creative Commons
Foto: André-Pierre du Plessis/ Creative Commons

A decisão de partir para um país em estado vulnerável é por sua conta e risco. Mesmo que vá a uma cidade diferente da que foi atacada, isso não quer dizer que você esteja em total segurança. Quando um lugar é atacado, todo o país entra em alerta.

Sempre vale dar uma olhada nos sites oficiais e do consulado para ver se os órgãos responsáveis e de segurança oferecem alguma restrição,

frisa a consultora de viagens sobre o grau de alerta que o país pode estabelecer por conta do risco de novos ataques em outras localidades. Esta é a situação da Turquia, que sofreu atentados em pontos distintos. O consulado brasileiro em Istambul explica a delicada realidade. Ao sul do país há conflito territorial com os curdos e, por conta do confronto militar na Síria e no norte do Iraque contra o Estado Islâmico, a Turquia já recebeu mais de 2,7 milhões de refugiados, segundo o consulado.

A recomendação é evitar visitar cidades turcas que fazem fronteira com a Síria e o Iraque e, principalmente com as cidades já atacadas e com alta circulação de turistas: Istambul e Ancara. Ambas foram alvo de atentados duas vezes cada uma somente neste ano e está sob ameaça de novos episódios.

3. Em caso de desistência…

Foto: Elliott Brown/ Creative Commons
Foto: Elliott Brown/ Creative Commons

 

É hora de negociar com agências ou empresas das quais você contratou serviço para saber qual a política de desistência e com o contrato que você assinou ou ao menos recebeu. Há instituições que aceitem devolver o dinheiro diante de situações como essas ou apenas a troca de data ou destino. E isso pode incluir cobrança de taxa. No caso do atentado em Bruxelas, a Eurostar, que vende passagens de trem, sugeriu a troca do bilhete ou devolução do dinheiro.

4.Haverá restrições para visitar os destinos ou atrativos?

Foto: jppi/ MorgueFile
Foto: jppi/ MorgueFile

 

Vá sem pressa porque obviamente a burocracia aumenta, mas é necessária. Por medidas de segurança, há uma revista mais apurada em bolsas, malas e mochilas.

Em períodos de risco, logo depois dos ataques ou quando a polícia está monitorando alguma movimentação diferente, os pontos turísticos, metrôs e lugares de grande aglomeração de pessoas são mais verificados e isso pode gerar filas para entrar e sair,

acrescenta a blogueira Nathalia. Ela fala sobre a possibilidade de “cismarem” com algum objeto que você leva, como o tripé da máquina fotográfica, por exemplo. Enfrentar filas é o menor dos males, concorda?

5. Atenção de sempre aos pertences e à sua volta

Foto: jdurham/ MorgueFile
Foto: jdurham/ MorgueFile

 

Os cuidados em qualquer lugar do mundo são sempre válidos para a sua própria segurança. Veja quais são:

-evite andar sozinho à noite;

-fique em alerta quando estiver em aglomerações;

-atenção constante às bolsas e equipamentos;

-contrate um guia de turismo, afinal ele conhece o local e os costumes do país melhor do que você;

-deixe cópias dos cartões e do passaporte no seu e-mail ou em algum lugar seguro caso perca os originais;

-sempre faça seguro-viagem, não subestime a necessidade dele;

-como dito antes, tenha o contato do consulado brasileiro nos países que for passar e acompanhe o noticiário.

Não, não estamos dizendo que viajar seja sinônimo de medo. Fatos e circunstâncias podem ocorrer em qualquer lugar. É rezar para não acontecer. E você, já passou por alguma situação de risco na viagem?


Imagens: Dodgerton Skillhause/ MorgueFile

 

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