Quem quer viajar e precisa da moeda americana sabe que precisa ter paciência e atenção para comprar na hora certa. Um dia a expectativa é de alta, no outro é de baixa e você deve ficar com os nervos à flor da pele sabendo que tem que entender esse sobe e desce. Vamos explicar.
Antes de mais nada é preciso ver porque a imprensa dá tanta importância assim para a cotação do dólar. Na verdade é porque ele funciona como “âncora cambial”, ou seja, é referência para as moedas dos países basearem seu valor. Tomando o exemplo atual, uma unidade de dólar equivale a pouco mais que o triplo do real, ou R$ 3,55, como tem sido cotado.
A moeda mais comercializada no planeta recebeu essa definição depois da Segunda Guerra Mundial, quando os Estados Unidos estavam com a economia mais equilibrada do que os países europeus. Coube ao governo americano financiar a recuperação dessas nações, quando já se destacava como a nova potência. Por isso, sua alta ou baixa é como um reflexo de como anda a economia dos principais países pelo mundo.
E além da variação do dólar em si, também há interferência da situação de cada país. O que vivemos atualmente é um ótimo exemplo, quando o que mais tem influenciado o dólar para nós é a incerteza política diante da economia instável. Se aqui dentro o cenário não é bom, o real se desvaloriza e o dólar fica mais caro.
O que influencia a cotação do dólar:
– a economia dos países com grande peso na economia, como é o caso da China. Ela fabrica muitos produtos para o mundo – os Estados Unidos é um deles – e importa bastante também, como a compra de commodities do Brasil. Commodities são a matéria-prima para a criação de produtos, como soja, trigo, borracha e minério de ferro;
– contrato de importação e exportação entre os países;
– reservas internacionais de dólar que o Banco Central tem;
– operações do BC para barrar a contínua alta ou baixa do dólar;
– novidades na economia e política americana, como anúncio de alteração da taxa de juros.
“Câmbio flutuante sujo”
O governo brasileiro mantém o dólar em variação, de acordo com a oferta e procura da moeda e negociações comerciais. É por isso que sua operação é chamada de “câmbio flutuante”. Já o termo “sujo” é atribuído porque o Banco Central intervém sempre que achar necessário.
Ele faz negociações de compra ou venda que acabam sendo feitas no mercado futuro, quando se acerta a cotação em uma data certa de vencimento. Ou seja, não tem uma flutuação “limpa”, sem interferências intencionais.
E como tirar proveito disso?
É exatamente essa a necessidade de acompanhar o noticiário: saber tirar proveito e comprar a moeda quando estiver com uma cotação mais baixa. Um dia você sabe que os Estados Unidos estão para anunciar novidades sobre sua economia ou mesmo o andamento do processo de impeachment terá mais uma fase decisiva. E se estiver com data de viagem marcada e precisa comprar a moeda, este é o momento de acompanhar possíveis momentos de baixa. Hora de negociar a compra por telefone ou correr para uma casa de câmbio.
Imagem: Dhester/ MorgueFile