Você já se perguntou se, durante uma viagem ao exterior, o que vale mais é comprar na moeda local do país que visita, usar o dólar ou mesmo o real? Se sua resposta for sim, prepare-se para a próxima viagem fazendo o estudo da paridade das moedas. Além de acompanhar o noticiário econômico, há algumas ferramentas que podem te ajudar a ter ideia de qual é o uso real do dinheiro em determinado lugar.
O ideal seria que todas as moedas tivessem valor igual. Mas, obviamente, a economia de cada país e região sofrem suas variações por questões políticas e financeiras internas e externas, gerando reflexo no custo de vida e produção dentro do território e, consequentemente no potencial da moeda. O exemplo do Brasil é a forte desvalorização do real ao longo de 2015, que passou dos 30%. O gerente da casa de câmbio Turismo Dez, Carlos Martinez, recomenda que o turista leve o dinheiro local a fim de evitar maiores perdas fazendo conversões com diversas moedas. Há países que aceitam o dólar, como na Argentina e Marrocos, por exemplo. Confira a seguir algumas metodologias de comparação de preços pelo mundo:
PIB pela PPC
Uma das formas de fazer essa estimativa é através da Paridade do Poder de Compra (PPC), que usa o dólar como referência. Compara-se um produto ou um mix deles na chamada “cesta de consumo internacional” ao seu custo em cada país e divide-se um valor pelo outro para chegar ao índice de unidades de dólar americano que difere os preços.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) possui um ranking do Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos países calculados pela PPC. O PIB é a soma de todos os produtos finais produzidos em um país em um determinado período. De acordo com o FMI, o Brasil ocupa o sétimo lugar entre as maiores economias mundiais no raking de PPC.
Índice Big Mac
Criado em 1986 pela revista The Economist, ele compara o preço do sanduíche da rede McDonald’s pelo mundo. O Índice Big Mac acaba por ser considerado uma cesta de produtos padronizada, já que leva os mesmos ingredientes em qualquer região do planeta. A princípio, o custo de produção do sanduíche deveria ser o mesmo, destacando assim a valorização ou desvalorização cambial.
No relatório mais recente da revista, feito em julho de 2015, o Brasil aparece em 9º lugar no ranking, atrás de países como Suíça e Noruega, onde o produto ficou mais caro, e Israel e Canadá, que mantiveram os preços a uma variação pequena em relação ao dólar. O Brasil foi um dos países que sofreu menor desvalorização, de 10,6%, indicando a depreciação do real ante a moeda americana. Países como Indonésia, Egito, Rússia e Venezuela tiveram valorização do custo do sanduíche em mais de 50%. Já no comparativo do preço em dólar pelo PIB per capita, o Brasil é primeiro na lista com maior reajuste do simbólico sanduíche, de 35%, o que denota a realidade inflacionária.
País Preço Big Mac (em dólares)
Estados Unidos US$ 4,79
Brasil US$ 4,28
Zona do Euro US$ 4,05
Austrália US$ 3,92
Turquia US$ 3,87
Chile US$ 3,27
Argentina US$ 3,07
China US$ 2,74
Índice iPhone
Com a mesma proposta que o Índice Big Mac, o Union Bank of Switzerland (UBS) criou o Índice iPhone. Ele calcula o custo de vida e ainda indica quantas horas é preciso trabalhar em cada país para comprar o aparelho. O diferencial deste dado para o Big Mac é que ele atrela o comparativo dos preços praticados com artigos importados, bem como a demanda e acesso à tecnologia entre os consumidores.
Na verdade, o estudo do banco utiliza diversos comparativos: além do próprio Big Mac e do iPhone, considera um quilo de arroz e um quilo de pão para fortalecer os dados. No levantamento mais recente, moradores do Rio de Janeiro precisam trabalhar 32 minutos para comprarem um Big Mac e 139.9 horas para comprar um iPhone 6 (16GB). Já em Zurique, o tempo é muito dinheiro: compra-se um Big Mac com 11 minutos de trabalho e um iPhone com apenas 20 horas.
Cidade Horas de trabalho (iPhone6)
Zurique 20.6 horas
Nova Iorque 24 horas
Londres 41.2 horas
Frankfurt 41.5 horas
Paris 42.2 horas
Rio de Janeiro 139.9 horas
Pequim 217.8 horas
Nairobi 468 horas
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