Referendo do Reino Unido pressiona migração europeia

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Se você vai ao Reino Unido nas próximas semanas, deverá notar a movimentação sobre o referendo da permanência ou não no bloco europeu. É o conhecido Brexit, junção dos termos Britain e exit, que resumem o assunto em alta. A população leva o debate às ruas, ajudando a esclarecer as dúvidas de quem ainda não se decidiu sobre a fatídica pergunta: o Reino Unido deve ficar ou sair da União Europeia?

No dia 23 de junho, o Reino Unido decide se continua ou sai do bloco. Isso pode impactar em diversas áreas que, em consequência, podem refletir no turismo. Veja a seguir os principais pontos:

Fronteira

Falar dos milhares de estrangeiros refugiados que pediram asilo no território tem sido um dos temas debatidos para um dos lados do referendo. O Leave – grupo que defende a saída do bloco – afirma que falta controle maior nas fronteiras.

Deixar a União Europeia permitiria que o Reino Unido pudesse ser mais rígido na entrada e permanência de estrangeiros nos países. Isso não se refere apenas ao caso de refugiados, mas também a quem vai tentar a vida na terra da rainha, como outros cidadãos europeus.

O esforço aos refugiados enfrenta uma polêmica, em que a União Europeia perdeu mais de £ 670 milhões em fraude no ano passado, dinheiro que seria para a ajudar as milhares de pessoas que chegam ao território em busca de uma nova vida. Esse caso alimenta o lado de quem defende a saída do bloco.

Migração

Recentes declarações de quem defende a saída da UE, como o ex-prefeito de Londres Boris Johnson, tratam diretamente de mudanças na migração de cidadãos europeus. A intenção é criar regras semelhantes às da Austrália.

Para ter o visto de imigrante, teriam que passar por um teste com pontuações de acordo com o tipo de trabalho que fazem, nível de inglês, idade, experiência profissional e estudos anteriores. Os planos dessa nova regra passariam a valer só em 2020, se aprovada pela assembleia caso a saída do bloco ganhe.

O direito automático dos cidadãos europeus de vir morar e trabalhar no Reino Unido vai acabar,

afirmaram o ex-prefeito de Londres e o ministro da Justiça, Michael Gove. Atualmente, cerca de 3 cidadãos de países da União Europeia vivem no Reino Unido, segundo o Observatório das Migrações.

Moeda

A expectativa é que a libra esterlina continue caindo até o referendo. Em uma semana, a moeda na modalidade comercial caiu de £ 5,28 para £ 5,23. Especialistas indicam que se continuar no bloco, a moeda pode cair mais. No entanto, se a saída for votada, a possibilidade de o Reino Unido ser mais protecionista pode inflar a moeda.

Em uma pesquisa feita pela Ipsos Mori com mais de 4 mil pessoas, 58% do público acredita que a qualidade de vida no Reino Unido não mudaria, depois de cinco anos, se saísse da UE. Outros 11% acham que as finanças até aumentariam com esse resultado.

Comércio

Hoje, 44% das exportações do território britânico vão para a própria União Europeia. Sair do bloco provocaria uma alteração nas tarifas cobradas e, assim, perderia oportunidades de negócio.

Por outro lado, quem deseja a saída acha que que seria a chance do comércio se voltar aos países emergentes, como Índia e China.

Foto via VisualHunt
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Trabalho

Apesar de ter cerca de 3 milhões de postos de trabalhos relacionados à União Europeia, quem defende a saída do bloco vê a possibilidade de atrair investimentos para outras áreas. Seria o caso dos países escandinavos.

Uma das propostas é o corte de alguns benefícios para novos cidadãos de países europeus que forem para o Reino Unido. Trabalhadores migrantes vão continuar a mandar pensão para seu país de origem.

Terrorismo

Em pesquisa recente feita pela ORB International, ao jornal inglês The Telegraph, 35% dos entrevistados acreditam que o Reino Unido fica mais vulnerável a ataques terroristas fazendo parte da UE.

A defesa do bloco também divide os eleitores. A Alemanha está prestes a unir forças para combater insurgentes russos e o Estado Islâmico, o que tiraria a independência militar britânica.


Imagem: Iker Merodio | Photography via Visual hunt / CC BY-ND
Fonte: BBC News, AFP e The Telegraph

 

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