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Veja como fica o dólar a depender do desfecho do impeachment

O desfecho do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff pode influenciar, e muito, na cotação do dólar comercial, seja fazendo-o cair ao menor valor em cerca de um ano ou ir às alturas. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pela agência de notícias Reuters, ilustrando as incertezas sobre a crise política no Brasil.

Saiba qual é a situação do dólar hoje.

Entre 14 e 17 de março, a Reuters consultou 20 economistas e estrategistas em bancos e consultorias e mostrou que as projeções para a taxa de câmbio no final deste ano podem variar brutalmente, de R$ 2,50 a R$ 5,00, dependendo da permanência ou não de Dilma no cargo.

Saiba o que acontece em cada um dos casos:

Com impeachment: Hipótese mais provável segundo os economistas, a confirmação do impeachment de Dilma influencia nas projeções para a taxa de câmbio ao fim do ano, variando entre R$ 3,20 e R$ 4,20, com a mediana a R$ 3,50 -cotação mais baixa desde agosto. Um economista projetou o câmbio a R$ 2,50.

O seguro contra calote da dívida brasileira de 5 anos, indicador de risco conhecido como Credit Default Swap (CDS), cairia para a mínima desde agosto nesse cenário, a 320 pontos (atualmente são 400 pontos), segundo a mediana das projeções. 

Sem impeachment: Se o Senado Federal votar por manter a presidente no cargo, o dólar subiria. A taxa de câmbio poderia chegar a R$ 4,25, segundo a mediana das projeções. A maioria das estimativas nesse caso ficou entre R$ 4,00 e R$ 4,50, mas três previram uma taxa muito perto de R$ 5,00 (ou exatamente esse valor).

O CDS de 5 anos, com a permanência de Dilma, chegaria a 520 pontos, segundo a mediana na pesquisa.

Esses dois cenários trazem uma dispersão de estimativas, mesmo em uma amostra relativamente pequena, ilustrando a incerteza provocada pela crise política e a recessão profunda nos mercados. Há duas semanas, outra pesquisa da Reuters projetava a taxa de câmbio a R$ 4,25 em 12 meses.

Cerca de dois terços dos participantes da pesquisa (13 especialistas) acham que Dilma deixa a Presidência neste ano, e o restante acredita que ela deva permanecer. A proporção é parecida com as probabilidades calculadas por outras consultorias internacionais, como Eurasia e Arko Advice.

Os especialistas consultados toparam participar da pesquisa desde que suas respostas individuais permanecessem confidenciais. São 15 brasileiros. Os outros estão divididos entre Europa e Estados Unidos.

Foto: VisualHunt

Fonte: Reuters

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