Vulcões para conhecer de perto

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Este post é para quem tem Aventura como sobrenome. Gosta de ver de perto onde tudo acontece: de uma cachoeira gigante, picos com paisagens de tirar o fôlego ao pé de vulcões que podem atormentar quem estiver ao redor a qualquer instante. O perigo de visitar um vulcão é sempre grande, mas convenhamos que é o passeio a se fazer uma vez na vida. É lá que se percebe a força da natureza e o respeito que se deve ter por ela. Para aguçar seu paladar aventureiro selecionamos alguns vulcões que intimidam, mas permitem você conhecer o núcleo borbulhante da Terra.

Equador

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Foto: Julia Rubinic/ Creative Commons

Não muito longe do Brasil, a Avenida dos Vulcões, na Cordilheira dos Andes equatoriana, já dá para sentir o friozinho na barriga de estar perto de um gigante adormecido. Um não, vários. Ao todo são oito dos maiores montes do país. O apelido à região, que se estende até o sul da capital Quito, foi dado pelo explorador alemão Alexander von Humboldt, em 1802.

O mais alto deles é o Chimborazo, com 6.2 mil metros, mas que não entra em atividade desde o século 6. O mesmo não se pode dizer do segundo mais alto, o Cotopaxi (5.8 mil metros), que já expeliu chamas por 50 vezes nos últimos 300 anos. No Parque Nacional Cotopaxi você pode escalar o vulcão. No local há também as formações Corazón, Rumiñahui e Atacazo, além de restaurante e um hotel de luxo.

Costa Rica

Foto: Justin Jensen/ Creative Commons

Mesmo ativo desde 1968, quando a última erupção destruiu vilarejos e deixou dezenas de mortos, o Arenal é um grande atrativo turístico na Costa Rica. Ele é considerado um estratovulcão, por ter estrutura em formato de cone, encostas íngremes e uma pequena cratera no cume. Seu formato é semelhante ao Teide (Espanha), Fuji (Japão), Cotopaxi (Equador), Mayon (Filipinas) e Rainier (Estados Unidos), considerados os mais letais do planeta por terem causado a morte de mais de 260 mil pessoas desde o ano 1500. Isso porque são feitos com camadas alternadas de fluxo de lava, cinzas e blocos de pedra não derretida.

A pressão de uma camada sobre a outra faz com que a erupção seja violenta. Você pode percorrer o entorno do Arenal, subir parte dele ou ainda apreciar o material alaranjado que percorre um de seus lados. Não é muito seguro ir além porque apesar de fazer tempo que não tem erupção, ainda há gases tóxicos sendo ventilados. Mas há quem se arrisque e pague caro por essa aventura. Dentro do Parque Nacional Vulcão Arenal você pode aderir aos esportes radicais: rafting, rapel em cachoeira, trilhas e mountain bike.

México

Foto: Russ Bowling/ Creative Commons

Preservado pela Unesco, o Popocatépetl é um dos mais ativos no país, a 70 quilômetros da Cidade do México. Seu nome quer dizer “montanha de fumo” em Nahuatl. No século 16, monges construíram monastérios nas encostas do monte. Habitantes que vivem bem próximo dele sabem do risco desde estrato-vulcão “enfurecer”.

O Centro Nacional de Prevenção de Desastres no México classifica a atividade do Popocatépetl na fase dois, amarela, em que orienta evitar aproximar-se a um raio de menos de 12 quilômetros e mantém alerta para planos de evacuação em caso de erupções mais intensas. Atualmente o vulcão mantém atividade explosiva considerada de baixa a intermediária, nuvens de cinzas e possibilidades de erupções de curto alcance.

Filipinas

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Foto: Denvie Balidoy/ Creative Commons

Em extrema atividade, o monte Mayon, na província de Albay, é considerado um dos mais bonitos vulcões pela sua assimetria e formato cônico, do tipo “clássico”. É por isso que quem se arrisca em escalar suas encostas íngremes são os mais adeptos a aventuras desse tipo.

Em 2013, ele expeliu cinzas e pedra, formando uma nuvem de 500 metros sobre o pico. Cinco alpinistas morreram enquanto escalavam em direção ao cume. Nos registros, o monte Mayon entrou em erupção 40 vezes em 400 anos.

Islândia

Foto: Darren Mercer/ Creative Commons

A ilha do gelo, ao norte do continente europeu tem mais de cem vulcões, dos quais cerca de 30 são ativos. Em média, o país registra um evento vulcânico significativo a cada cinco anos. As atividades mais recentes foram o Eyjafjallajokull, em 2010, e Bardarbunga, em 2014. Desde a Idade Média, um terço de toda a lava que cobriu a superfície no planeta foi gerada por erupções na Islândia. O país concentra tanta atividade porque está sobre a divisão das placas tectônicas que dividem a Eurásia da América do Norte.

De longe o passeio mais incrível para se fazer quando se fala vulcões é no Thrihnukagigur. Ao sul da ilha, o vulcão adormecido há 4 mil anos revela seu interior aos aventureiros curiosos. Em sua câmaras de magma – em desuso, claro -, você desce 110 metros por um tipo de elevador e se depara com a coloração dos tons do arco-íris nas paredes. A câmara é tida como o coração de um vulcão, pois é ali que a rocha em estado líquido se concentra até achar uma fresta para explodir para a superfície. Geralmente a cratera se fecha com a lava já fria e endurecida, mas o Thrihnukagigur é uma exceção.

De acordo com o governo do país, a mesma atividade geológica que cria os vulcões provê o suprimento de energia geotérmica quase que infinita. Cerca de 90% das casas na Islândia são aquecidas com calor geotérmico, um dos tipos de energia mais baratas e limpas no planeta.

Havaí

Foto: U.S. Geological Survey/ Creative Commons

Qualquer conversa sobre Havaí envolve no mínimo surfe, praia e vulcões. Em uma geografia de muitas montanhas e mar de águas cristalinas, a atividade mais intensa da natureza por ali vem da terra. A cadeia de ilhas que formam o Havaí tem por identidade as atividades vulcânicas que deram e ainda dão formato a elas. São ilhas vivas. O Parque Nacional de Vulcões do Havaí tem entre seus personagens mais velhos o Mauna Loa, também o mais largo no planeta.

O vulcão mais jovem da Terra e mais ativo – e e mais conhecido por isso – é o Kilauea, que fica na Big Island. Desde 1983 ele se encontra em erupção praticamente sem parar, o que acrescentou à ilha uma área de 2 mil m². Para os habitantes e turistas é um espetáculo para se ver de tão perto e diariamente. O Kilauea tem mais de uma cratera, sendo a Halema’uma’u considerada a casa da deusa Pele. Na espiritualidade dos havaianos, ela é a deusa que gosta de viver em poços profundos, cheios de fogo. Tendo passado por diversos vulcões pelo arquipélago, dizem que ela habita o Kilauea e que sua presença provoca espetáculos geológicos.

Indonésia

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Foto: jrwebbe/ Creative Commons

Espalhados pelo arquipélago, vulcões adormecidos ou em plena atividade marcam o alerta constante e os registros históricos da região. A erupção do Gunung Tambora, em 1815, provocou tamanha nuvem de fumaça que alterou o clima no mundo durante um ano. Já em 1883, a erupção do Krakatau provocou um tsunami e, com ele, a morte de milhares de pessoas. Isso mostra o potencial destrutivo de elementos da própria natureza e ao mesmo tempo o convívio dos seres vivos com tamanha força.

O monte Bromo é conhecido pela fumaça avermelhada e pelo festival que o povo Tengger realiza. Durante o festival Kasada, eles ofertam vegetais, frangos e até dinheiro atirando em direção à cratera. Ele está no Parque Nacional Bromo Tengger Semeru. Semeru também é um dos vulcões visitados. Você pode percorrer o entorno deles a pé, de jipe ou até a cavalo.

Itália

Foto: Dean Hochman/ Creative Commons

Na dolce e bella Itália estão três vulcões bem conhecidos entre os turistas: Stromboli, Etna e Vesúvio. Na região da Sicília, o vulcão Stromboli tem altura tímida, de 924 metros, com encostas não tão difíceis para quem não é expert em escalada. O passeio todo toma seis horas, sendo três para subir em direçã ao cume. Lá em cima você vai avistar o pôr-do-sol sobre a região e ainda terá 45 minutos para apreciar o fogo na cratera.

Ali perto fica o Etna, vulcão mais alto em atividade na Europa. Apesar de estudado há muitos anos, continua imprevisível. Sua localização marca onde as placas tectônicas da Europa e da África se “batem”. O monte que tem mais de 400 crateras, passou a fazer parte da lista de patrimônio mundial da Unesco pela diversidade de fauna e flora endêmicas, tornando o local fonte de estudos e pesquisas. A escalada de três mil metros toma um dia inteiro.

O vulcão Vesúvio, na cidade de Nápoles, deve ser o mais turístico dos três, tendo entrado em em erupção pela última vez em 1944. Percorrendo mil metros já se chega à cratera principal, de onde se pode observar o vapor de alguns pontos e o constante cheiro de enxofre. De lá de cima você pode pegar micro-ônibus e táxis para descer. Vesúvio é facilmente associado à cidade de Pompeia, que foi destruída em uma erupção em 79 d.C.. Pessoas morreram instantaneamente pelo calor da lava que, depois de esfriada e com camadas das cinzas, se imortalizaram para serem um dos registros arqueológicos mais impressionantes do planeta.


Imagem: U.S. Geological Survey/ Creative Commons
Fonte: Inside the volcano, Lonely Planet, Volcano Discovery, Places to see in your lifetime, The Telegraph, The Guardian e The Weather

 

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